Dieta Cetogênica

Prato da dieta cetogênica com salmão, ovos e salada

A dieta cetogênica tem este nome pois cetose é o que ocorre quando há limitação no consumo de carboidratos a tal ponto que o organismo entende que precisa queimar gordura.  Para isto, o consumo de carboidratos deve ser de 20 a 50g por dia, e quando possível, no máximo de 20g por dia, cerca de 5% da recomendação de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras). É considerada uma estratégia low carb.

Funciona assim:

Quando a produção de glicose pelo próprio corpo (endógena) permanece muito baixa (ou por jejum ou por restrição na dieta) para cobrir as necessidades das células que dependem de glicose como combustível, a opção alternativa é a produção de corpos cetônicos (por isso o nome cetogênica). Normalmente os níveis de açúcar no sangue estão baixos antes de se alimentar. E este fato de ter níveis baixos de insulina faz reduzir a lipogênese (que é a criação de gordura) e o acúmulo de gordura, ou seja, diminui o estímulo para estocar gordura. O que ocorre é a queima de gordura como combustível emergencial para o sistema nervoso central, que normalmente depende de glicose.

Este processo seria um tipo de gerador de emergência que entra em ação quando há uma queda de energia.

Uma característica deste tipo de dieta é o mau hálito, devido a um tipo de corpo cetônico, neste caso a acetona, que por ser volátil é eliminada principalmente pela via respiratória.

Não há dúvidas de que a dieta cetogênica é efetiva para emagrecer, porém há teorias contrastantes sobre os mecanismos através dos quais ela trabalha. Alguns pesquisadores sugerem que não existem, de fato, quaisquer vantagens metabólicas em dietas com pouco carboidrato e que a diminuição do peso corporal resulta simplesmente de ingestão calórica reduzida, provavelmente devido ao aumento da saciedade das proteínas.

Já outros pesquisadores afirmam que há vantagens metabólicas tanto para emagrecer como no metabolismo de forma geral.

A dieta cetogênica mostrou ter vários benefícios em estudos relacionados a:

* Doenças cardiovasculares;

*Câncer;

*Epilepsia, especialmente em crianças;

* Acne;

* Síndrome do ovário policístico;

*Diabetes tipo 2;

* Doenças neurológicas;

Porém, possui efeitos colaterais e alguns deles são: Prisão de ventre, dor de cabeça, halitose (mau hálito), cãibras musculares, diarréia e fraqueza geral e erupção cutânea.

Veja abaixo os alimentos permitidos e proibidos/restringidos na dieta cetogênica:

Alimentos permitidos (Fontes de proteínas e gorduras):

– Carnes;

– Ovos;

– Manteiga;

-Óleos, dando preferência ao azeite de oliva;

-Castanhas e sementes;

– Vegetais com pouco carboidrato, tais como os verdes, cebola;

Alimentos proibidos ou restringidos (Fontes de carboidratos):

– Frutas;

– Tubérculos, tais como batata inglesa, batata doce, aipim,…;

– Cereais e farinhas refinadas: arroz, pães, massas,…;

– Leguminosas: feijão, lentilha, grão de bico,…;

– Açucares;

– Álcool.

Como se pode observar, estudos mostram que a dieta cetogênica tem sido usada com sucesso para alguns casos específicos. Porém, lembre-se que esta dieta possui efeitos colaterais e antes de sair cortando os carboidratos da sua alimentação, consulte um nutricionista e veja se este é o melhor tratamento para o seu caso.

Referências:

Brouns, F. Overweight and diabetes prevention: is a low-carbohydrate–high-fat diet recommendable? Eur J Nutr, Mar, 2018.

Hall, K (2017). A review of the carbohydrate–insulin model of obesity. http://undar k.org/wp-conte nt/uploa ds/sites /2/2017/02/HallE JCN20 17-1.pdf. Acessado em Abril 2018.

Harvey et al. The use of nutritional supplements to induce ketosis and reduce symptoms associated with keto-induction: a narrative review. PeerJ 6:e4488; DOI 10.7717/peerj.4488, 2018.

Paoli, A et al. Beyond weight loss: a review of the therapeutic uses of very-low-carbohydrate (ketogenic) diets. Eur J Clin Nutr, v67, p.789-796, 2013.



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