A importância do exemplo para as crianças

A importância do exemplo para as crianças

A importância do exemplo para as crianças está nítido na frase a seguir:

Meu filho não come salada!

Essa é uma frase muito comum dita pelas mães.

É claro que as crianças ainda estão apurando seu paladar, experimentando novos alimentos, para posteriormente terem uma opinião formada de seus gostos. Na verdade, as preferências alimentares estarão sempre mudando, ao longo da vida, a depender do hábito.

Mas como o hábito infantil é formado??

Algumas preferências já nascem com as crianças…é devida à genética. Mas mesmo essas, podem ser modificadas.

Os fatores externos são os maiores responsáveis pelo hábito infantil. Televisão, escola, família, condição social, tudo influencia nas decisões das crianças.

As crianças aprendem praticamente tudo com o exemplo.

Para ilustrar, trago uma cena que presenciei a um tempo atrás.

Uma menina de uns 3 anos estava brincando com outras crianças e, de repente, começou a discutir e colocou o dedo em riste nas outras crianças. Fiquei observando e logo em seguida apareceu um responsável desta menina. E para minha surpresa, colocou o dedo em riste para chamar a atenção dela!

O que foi isto? Exemplo puro de comportamento. A criança aprendeu que aquela era a forma de falar quando estava brigando com alguém, pois é a noção ensinada a ela.

E não seria diferente com a alimentação.

Desde os alimentos comprados no supermercado até os oferecidos à mesa. As crianças se inspiram nos pais, irmãos mais velhos, amigos.

crianças comendo uva. A importância do exemplo para as crianças

Os pais, em especial, tem papel fundamental em moldar as escolhas e preferências dos seus filhos.

Se os pais se alimentam de forma saudável, e incentivam o consumo de frutas, verduras e outros alimentos saudáveis, até mesmo água, tem grande chance dos filhos também se alimentarem. Ou pelo menos, experimentarem novos alimentos.

Atenção! Este é um ponto extremamente importante!!!

Experimentar é fundamental!

Insista* para que seu filho prove um alimento novo. E não desista na primeira tentativa. Parabenize por ter tentado, dê uns dias e ofereça novamente. Algumas crianças precisam provar um alimento várias vezes, (em torno de 10 até!) para dizer se gostam ou não de um alimento. * Nunca force ou obrigue a criança a comer!

A relação com a comida diz muito como vai ser o futuro da criança, tanto em relação ao seu peso, como seu comportamento diante dos alimentos.

Atitudes e crenças relacionadas ao alimento tendem a ser passadas de pais para filhos. Por isso, a importância do exemplo para as crianças.

Neste sentindo, foram detectados 3 estilos de práticas alimentares por parte dos pais:

  • Controle coercitivo: impõe restrições, quer impor suas vontades na criança, pressiona para comer, faz uso de ameaças ou subornos e utiliza o alimento para controlar emoções negativas.
  • Estrutura: envolve regras e limites relacionadas aos alimentos, permite decisões inapropriadas dos filhos. Diz respeito também ao ambiente em que realizam as refeições (por exemplo se o alimento está disponível, de fácil acesso, distrações no momento da alimentação, presença de familiar no momento da refeição…).
  • Autonomia: envolve práticas parentais de educação nutricional, incentivo, elogio, envolvimento da criança e negociação.

Este último tipo, o da autonomia, por meio da educação nutricional, encoraja a variedade e estimula a o consumo de alimentos saudáveis. Em algum momento ou outro estes 3 tipos podem aparecer.

O primeiro estilo, o coercitivo, é muito comum em pais que estão acima do peso, que agem assim temendo que seus filhos também fiquem sobrepeso.

Mas é importante frisar que não é proibido consumir alimentos ditos não saudáveis (doces, salgadinhos,…) e sim desencorajar o consumo, como reduzir a frequência de compra. No momento em que privamos as crianças de algum alimento, aumentam as chances de um consumo exagerado na vida adulta.

A influência dos pais pode ser positiva ou negativa. Um estudo mostrou a relação da obesidade com transtornos alimentares. Possuir um membro da família obeso, foi uma das causas citadas por crianças, de terem desenvolvido transtornos alimentares.

Uma criança tem 10 a 12 vezes mais chance de ser obesa quando pai e mãe o são.

Pense como você quer que seja a relação do seu filho com a comida.

Quanto antes você estimular os alimentos saudáveis na rotina do seu filho, mais fácil será criar o novo hábito.

Referências:

Food Parenting Practices among Parents with
Overweight and Obesity: A Systematic Review. Nutrients 2018, 10, 1966; doi: 10.3390/nu10121966;

Fundamental constructs in food parenting practices: a content
map to guide future research. Nutrition ReviewsVR Vol. 74(2):98–117; doi: 10.1093/nutrit/nuv061;

Factors Influencing Children’s Eating Behaviours. Nutrients 2018, 10, 706; doi: 10.3390/nu10060706;

The influence of parental practices on child promotive and preventive food
consumption behaviors: a systematic review and meta-analysis. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity.; doi: 10.1186/s12966-017-0501-3.



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